segunda-feira, 9 de novembro de 2009

"O SENTIDO DA EDUCAÇÃO É A PERSPECTIVA DO ENCONTRO DO HOMEM CONSIGO MESMO, COM A NATUREZA E COM A SOCIEDADE: UM ATO DE AMOR E CARINHO."

(Abreu Junior in Conhecimento Transdisciplinar: o cenário epistemológico transdisciplinar. São Paulo: INIMEP, 1996 p. 182.)


domingo, 8 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE

Perceber-se Interdisciplinar
É sentir-se componente de um todo.
É saber-se filho das estrelas,
Parte do universo e um universo a parte...

É juntar esforços na construção do mundo
Desintegrando-se no outro, para, com ele,
Reintegrar-se no novo...
É Ter consciência de que a Natureza o gerou:
De que é fruto dela, jamais seu senhor...
É saber que a Humanidade terrena surgiu de uma Evolução,
E que, talvez, não seja ela única no espaço sideral...
É saber que a liberdade está em afirmar-se integrando-se,
Que o crescer histórico consente em ser retardado,
Nunca eternamente impedido...
É reconhecer no "Uni-verso", "unidade na diversidade"
E estar consciente de que o evoluir é lei geral...
É saber que etimologicamente, "mundos" é pureza
E (quem sabe?) encontrar a paz interior...
Pois,
"Quando a mente é perturbada,
produz a multiplicidade das coisas:
Quando a mente é aquietada,
A multiplicidade das coisas desaparece"

Maria Elisa Ferreira

"HA PESSOAS QUE TRANSFORMAM O SOL NUMA SIMPLES MANCHA AMARELA, MAS HÁ TAMBÉM AQUELAS QUE FAZEM DE UMA SIMPLES MANCHA AMARELA O PRÓPRIO SOL." P.Picasso

Imagem disponível em: http://livrepensar.wordpress.com/

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

SER PROFESSOR NO CONTEXTO ATUAL

PROFESSORES APAIXONADOS
Gabriel Perissé
Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!
Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria. Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
[Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br]

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

ALGUMAS IMPLICAÇÕES DO PENSAMENTO FILOSÓFICO
QUANTO À EDUCAÇÃO.

Partindo do pressuposto de que a educação não é neutra, a filosofia induz o educador a realizar importantes e imprescindíveis reflexões sobre a educação, sobre o seu fazer pedagógico, sobre quais as suas intenções como educador, sobre o que vai ensinar; porque vai ensinar; para que vai ensinar; para quem vai ensinar; etc.
À medida que o professor se tornar questionador da sua prática pedagógica individual, da prática pedagógica coletiva, dos projetos políticos pedagógicos das escolas, essas reflexões irão interferir positivamente na sua atividade profissional, impulsionando-o a ir em busca de novos conhecimentos, novas formações, e novas ações. Neste sentido, Kuaiva considera que a filosofia da educação tem ainda como tarefa fornecer subsídios teóricos para que a educação não seja estéril, carente de conteúdo reflexivo, possibilitando ao educador repensar sua prática de modo critico e responsável.
O modelo de sociedade capitalista em que estamos inseridos, cada vez exige mais da escola e dos profissionais da educação, tendo em vista que a família não dispõe de tempo para a formação humana e social de seus filhos; a escola passou a ser responsável pela formação, quase que integral de seus alunos, de hábitos e atitudes, de higiene pessoal, de alimentação, de valores, etc. De acordo com Carbonara, a educação formal ocupa espaço cada vez mais significante na sociedade. E nessa perspectiva o profissional da educação deve estar preparado para assumir todos esses papéis...
Haverá formação que dê conta de tudo isso?
Segundo Carbonara, tanto a pedagogia, como a educação, dependem da filosofia no sentido de que é ela que vai explicitar as suas bases, os seus fundamentos, assim como, orientar e indicar os novos caminhos à serem trilhados.
Neste sentido, também é importante destacar que não existe homem já educado, pronto, todos estão constantemente se educando e todos são passíveis de serem educadores. Estando a sociedade em constante processo de transformação, a educação é um continuo processo de desenvolvimento social, onde o diálogo nos é apresentado como importante instrumento de comunicação pedagógica, capaz de promover a compreensão entre os diferentes e a compreensão do mundo que queremos para nossa sociedade, mais ética, mais humana, mais solidária, mais responsável e mais feliz.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO - EDUCAR PARA QUÊ? COM QUAIS FINALIDADES?

A finalidade da educação se confunde com a finalidade da vida. E o que desejamos é uma vida melhor e mais plena, onde a única finalidade da vida é mais vida, mais liberdade e mais felicidade. (Anísio Teixeira, 2000).

Para Morin (2000, p. 93), educar para a compreensão humana é a missão propriamente espiritual da educação, “... ensinar a compreensão entre as pessoas como condição e garantia da solidariedade intelectual e moral da humanidade.” Não desconsiderando que a grande rede de comunicação triunfa no planeta, proporcionando progresso, o avanço da incompreensão revela-se ainda maior.

Neste sentido, Marques (1990), considera a educação como fenômeno primordial e básico da vida humana em todas as suas fases e situações. O homem como ser inacabado que constrói a si mesmo e ao seu mundo, deve assumir a responsabilidade sobre sua obra, tomando em suas mãos a tarefa de organizar a própria vida, isto é o que denomina-se educação. “Tarefa intransferível no sentido de que ninguém educa ninguém, mas tarefa solidária no sentido de que os homens em sociedade se educam e organizam as condições e situações da própria educação, conduzem as políticas de educação.” (p.51).

O educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço de convivência. O educar ocorre, portanto, todo o tempo e de maneira recíproca. Ocorre como uma transformação estrutural contingente com uma história no conviver, e o resultado disso é que as pessoas aprendem a viver de uma maneira que se configura de acordo com o conviver da comunidade em que vivem. (Maturana,1998, p.29).

“Em sentido amplo a educação diz respeito à existência humana em toda a sua duração e em todos os seus aspectos.” (Pinto,1997). É um processo contínuo, para toda a vida, que faz da comunidade em que vivemos um mundo espontaneamente conservador, no qual seus efeitos têm longa duração e não mudam facilmente.

De acordo com Arroyo (1991), o papel social da educação é marcado por concepções conflitantes e contraditórias, onde por trás dos ideários e concepções pedagógicas que sustentam as práticas educativas, há uma visão de processo histórico, uma compreensão de ser humano e de seu papel na história, que remetem para processos transformadores ou reificadores da sociedade.

Neste sentido, Conceição Paludo considera que:

"A educação como prática social instituída ou não, agora como em outros tempos, vincula-se aos processos econômicos, já que articula-se às necessidades de reprodução material de existência numa perspectiva de concordância ou não com o modo como é organizada na sociedade; aos processos políticos, porque legitima ou não o ordenamento social; e aos processos culturais e ideológicos, visto que dissemina ou contrapõe-se aos valores hegemônicos." (Paludo, 2001, p. 203).

domingo, 2 de agosto de 2009

Trajetória e políticas para o ensino das artes no Brasil

volume 11: Trajetória e Políticas para o Ensino das Artes no Brasil: anais da XV CONFAEB
Publicações MEC: "volume 11: Trajetória e Políticas para o Ensino das Artes no Brasil: anais da XV CONFAEB"

Educação como exercício de diversidade.

Selecionei esta publicação do site do MEC a fim de contribuir como referencial teórico na discussão sobre a diversidade na escola, assunto pertinente e extremamente necessário na atualidade, pois a realidade nos coloca frente a um exponencial de diversidades diariamente em nossas salas de aula.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=647&Itemid=

Porque um Blog Portfólio?

Como acadêmica de EAD do Curso de Artes Visuais/UFRGS, a criação deste blog de estudos tem por objetivo a construção de um portfólio que possa documentar o processo de formação do conhecimento, vinculado à disciplina Seminário Integrador I: Ser professor no contexto atual.
A utilização do portfólio como instrumento de avaliação, tem sido considerada como prática que une a avaliação e a reflexão, relacionando-as a fim de proporcionar um aperfeiçoamento dos sistemas de avaliação, promovendo, também, a prática da auto-avaliação.
Este recurso favorece uma renovação no sistema de avaliação e aperfeiçoameto da prática pedagógica docente, a medida que incorpora a contribuição de outros autores, vinculados ao processo ou não; proporcionando uma reflexão crítica sistemática do professor sobre sua prática e sua filosofia de ensino.
A educação é um processo exponencial, multiplica-se por si mesma, com sua própria realização. Quanto mais educado, mais necessita o homem educar-se e exige mais educação.
Neste sentido a construção do portfólio pelo professor-pesquisador, constitui-se em um espaço de produção de conhecimentos, novas práticas pedagógicas e teorias de sua própria ação, possibilitando o desenvolvimento da construção teórica e prática da avaliação, com a intenção de superar a avaliação de caráter classificatório e excludente.
Segundo Villas Boas (2001), o trabalho com o portfólio apoia-se em seis princípios básicos:
  • a construção pelo próprio aluno
  • a reflexão sobre a produção
  • a criatividade
  • a auto-avaliação
  • a parceria professor-aluno, aluno-aluno...
  • a autonomia perante o trabalho.
  • O portfólio registra como vai se construindo o conhecimento e como vai se efetuando a aprendizagem, que é um processo individual diferenciado e único, tornado-se um instrumento de avaliação para a aprendizagem.

    domingo, 26 de julho de 2009

    Juventude e Contemporaneidade

    Selecionei esta publicação do site do MEC como relevante aos estudos do professor-pesquisador que atua junto à alunos das séries finais do Ensino Fundamental (5º ao 9º anos) e Ensino Médio. Vivemos em um mundo em constantes transformações, as referências de nossa adolescência já não servem mais, precisamos compreender os movimentos sociais e culturais da juventude atual, para melhor interagir com nossos alunos e assim possibilitar-lhes melhores e mais significativas condições de aprendizagem.
    volume 16: Juventude e Contemporaneidade

    terça-feira, 7 de julho de 2009

    Algumas idéias importantes na constituição do 'ser professor'.

    1. Segundo Paulo Freire, a formação do profissional da educação deve ser um exercício de criticidade e superação da consciência ingênua, pautada na reflexão e busca constante de mais formação. A responsabilidade de ser educador passa por questões como "Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar". (Freire, 1997, pág. 46).
    2. Edgar Morin faz uma importante crítica aos saberes fragmentados e a estruturação dos currículos compartimentados. Considera que o conjunto beneficia o ensino contextualizando o saber. Neste sentido o conhecimento interdisciplinar deve trazer consigo uma lógica da descoberta, uma abertura recíproca, uma comunicação entre os domínios do saber. Considerando que o desenvolvimento do conhecimento está relacionado com a constante reinvenção de formulações teóricas e críticas, Feyerabend aposta na interdisciplinaridade como uma proposta contemporânea que abarca a discussão dos pontos fortes e fracos de qualquer teoria, e esse debate deve ser realizado sem qualquer conjunto de regras predeterminadas.
    3. Antônio Nóvoa também considera que o professor deve ser um ser reflexivo, que pensa sobre seu fazer, que a prática pedagógica do professor pode transformar-se em conhecimento se passar por uma contínua reflexão. A escola é um espaço privilegiado para a construção do saber pedagógico se estiver ancorado em uma análise sistemática da prática profissional.
    4. Para Tania Marques ser professor é ser pesquisador, e deve pautar sua prática questões como 'se ensina, ensina o que? a quem? por que predende ensinar? como vai ensinar? ensina da mesma forma à todos? todos tem a mesma motivação para aprender? como aprendeu? todos vão aprender do mesmo jeito?'. Essas são questões essenciais a vida do profissional da educação, a partir destes questionamentos, desta pesquisa sobre a prática pedagógica que vamos apreender a ter condições de ajudar o aluno aprender, pensando o aluno a partir do aluno e não de si próprio.
    5. Na perspectiva de John Dewey não há separação entre a vida e a educação, não devemos pensar o aluno como sujeito que está sendo educado para o futuro, mas para o agora, pois a vida é agora. Essa idéia nos reporta às ações que podem ser efetuadas já, e a questionamentos como o que podemos realizar agora em prol das transformações que queremos para a sociedade e o mundo no qual estamos inseridos. Neste sentido a educação é um fato existencial; refere-se ao modo como o homem se faz homem, por si mesmo e pelas ações exteriores que sofre. É um fato de ordem consciente, é determinada pelo grau alcançado pela consciência social e objetiva suscitar no educando a consciência de si mesmo e do mundo.